Setor de higiene e beleza perde fôlego, após forte alta

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Por Adriana Meyge | De São Paulo


Desde a criação do Plano Real, há 20 anos, as vendas do setor de higiene pessoal e beleza no Brasil aumentaram três vezes no varejo, enquanto a cesta de produtos de consumo em geral (alimentos, bebidas) foi ampliada em pouco mais de duas vezes. Nos últimos dois anos, no entanto, houve uma redução no ritmo de crescimento do mercado, e esta deve ser a tendência nos próximos anos.

"Será mais difícil manter crescimento de dois dígitos daqui para frente. O setor segue crescendo acima da economia, mas vai precisar se reinventar nos próximos anos", diz Cesar Tsukuda, superintendente da Beauty Fair. O levantamento foi feito pela Nielsen a pedido da feira, que ocorre em setembro em São Paulo, com 500 expositores.

Segundo Natalia Uliano, analista de mercado da Nielsen, o consumidor ficou mais endividado no último ano e, portanto, menos propenso ao consumo, mas o setor ainda sofre menos esse impacto do que outros segmentos.

Para Tsukuda, o novo cenário exige que as empresas invistam na eficiência de suas operações e entendam melhor o consumidor. "Hoje, a informação é muito pulverizada e isso faz com que o consumidor mude seus hábitos e esteja no centro da decisão", diz.

O envelhecimento da população e a maior presença da mulher no mercado de trabalho impulsionaram o setor no longo prazo. Nos últimos anos, a tendência de sofisticação do consumo, com o aumento da renda, também contribuiu para o crescimento do mercado, assim como a expansão das farmácias como canal de venda, inclusive em regiões com menor nível socieconômico, diz Natalia.

Até 2010, quando crescia a taxas próximas a 20%, o mercado de higiene e beleza foi impulsionado pelo aumento da penetração de produtos nas casas dos brasileiros. Atualmente, categorias de higiene pessoal, como xampu, sabonete e desodorante atingem cerca de 100% de presença nos lares. Logo, é preciso buscar outros vetores de expansão, diz Tsukuda. "A indústria vai ter que investir muito em lançamentos e inovações, por isso precisa estar por dentro das tendências e desejos do consumidor".

Esmaltes e itens pós-xampu foram as categorias com maior alta nas vendas nos 20 anos de Plano Real, com expansão de cerca de seis vezes. Para Tsukuda, produtos para pele, como hidratantes, terão a maior curva de crescimento nos próximos anos. Segundo a Euromonitor, as vendas de produtos do setor ao consumidor cresceram 12% em 2013, para R$ 91,6 bilhões.


Veículo: Valor Econômico


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