A concorrência no mercado de cosméticos, principalmente o do modelo de venda direta, ganha um competidor de peso, com a criação da Eudora, pelo grupo líder no ramo de franquias, a rede paranaense O Boticário. Com discurso baseado na sensualidade feminina, a nova empresa pretende atingir um nicho de 14,5 milhões de mulheres e chegar ao terceiro lugar do ranking do varejo de porta a porta, encostando no faturamento anual de líderes como a Natura e a Avon.
Em quatro meses de operação, a Eudora acumulou um capital notável: mil representantes de venda concentrados no Estado de São Paulo; quatro lojas paulistas, duas no Rio de Janeiro e duas em Minas Gerais; 250 produtos cosméticos, como perfumes, cremes e maquiagem. E a empresa já tem planos para abrir pontos de venda na Região Nordeste e ampliar o portfólio para 700 itens.
Contudo, as companhias do segmento não devem perder clientes com a entrada deste novo player no mercado. Uma pesquisa d' O Boticário, comentada pela diretora de Marketing da Eudora, Helena Garcia de Gracia, calcula que 20% das mulheres não são atendidas pelas principais varejistas do segmento no País. "As brasileiras mal começaram a usar maquiagem", afirmou Helena. "As pessoas [que consomem cosméticos] transitam pelas marcas e se identificam com uma delas. Queremos conquistar nosso espaço", disse a diretora. O público-alvo da Eudora, de acordo com ela, são as "mulheres do século XXI, por volta dos trinta anos". Outro dado do estudo d' O Boticário que vale ressaltar estima que 70% dos cosméticos são vendidos de porta a porta no Brasil.
"O varejo tradicional não trabalha tão bem com isso, pois não basta ao consumidor ir à gôndola e comprar o produto. É preciso um aconselhamento", analisou Helena. "A venda direta e as franquias trazem a sofisticação dos cosméticos, como acontece na Europa e nos Estados Unidos", afirmou. Apesar de focada no comércio de porta a porta, a Eudora optou por trabalhar em formato multicanal, a partir da abertura de lojas e por meio das redes sociais na Internet.
Momentos
A nova empresa d' O Boticário se relaciona com revendedores jovens (média de 26 anos) e divide o portfólio em quatro categorias, ou melhor, "momentos da mulher". Todos os produtos se referem a características ou temperamentos femininos. Um desses "momentos" é destinado à prospecção de mulheres, ou seja, ao público que não está habituado a comprar cosméticos.
Segundo Helena, nesses quatro meses iniciais da companhia, o produto que está sendo mais vendido é justamente o perfume Eudora - nome que remete a uma ninfa, espírito feminino e sensual da mitologia grega. Além disso, uma linha de maquiagens que se assemelham a drinks famosos também se destaca em vendas. A diretora de Marketing afirma que os cosméticos da empresa são feitos para todas as classes econômicas. "O que é uma compra normal para a classe A, pode ser um objeto aspiracional da C", observou Helena. A mercadoria mais cara do portfólio custa R$ 120.
Origem
Helena contou que o projeto da Eudora surgiu há três anos, nos bastidores da companhia que a criou. "A empresa nasceu quando O Boticário decidiu firmar seu posicionamento no mercado com as vendas diretas", disse ela. Ao passo que a Eudora busca o "aflorar da sensualidade feminina", a mulher que O Boticário atende "tem um trabalho a ser desenvolvido com a autoestima e a autoconfiança". A Eudora, segundo a diretora, quer levar às clientes o autorreconhecimento.
O mercado
Há 11 anos, o varejo de porta a porta vem crescendo a um ritmo expressivo, de acordo com dados Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd). O volume de negócios das vendas diretas somou R$ 26 bilhões no ano passado, um índice 17,2% superior ao obtido em 2009. Já no primeiro trimestre de 2011, o volume nominal das vendas foi de R$ 5,8 bilhões, resultado 8,9% maior do que o registrado em igual período de 2010.
Responsável por gerar rendimentos a mais de 2,67 milhões de pessoas em todas as regiões do País, o setor deve continuar crescendo, na projeção da associação. Tal mercado é composto por empresas de segmentos diversos, das quais 88% são da categoria de cuidados pessoais, 6%, de suplementos nutricionais, 5%, de cuidados do lar, e 1%, "outros".
A Abevd caracteriza o varejo de porta a porta de "venda por relacionamento". Ou seja, as vendas diretas acontecem em círculos sociais, fora de estabelecimentos comerciais fixos. Hoje, a entidade é formada por 47 associados, dos quais 27 são empresas de venda direta, treze associados são consultores, e sete associados, fornecedores. O Boticário ainda não faz parte da associação, ao contrário das concorrentes Natura e Avon. Mas deve entrar em breve.
Veículo: DCI
Em quatro meses de operação, a Eudora acumulou um capital notável: mil representantes de venda concentrados no Estado de São Paulo; quatro lojas paulistas, duas no Rio de Janeiro e duas em Minas Gerais; 250 produtos cosméticos, como perfumes, cremes e maquiagem. E a empresa já tem planos para abrir pontos de venda na Região Nordeste e ampliar o portfólio para 700 itens.
Contudo, as companhias do segmento não devem perder clientes com a entrada deste novo player no mercado. Uma pesquisa d' O Boticário, comentada pela diretora de Marketing da Eudora, Helena Garcia de Gracia, calcula que 20% das mulheres não são atendidas pelas principais varejistas do segmento no País. "As brasileiras mal começaram a usar maquiagem", afirmou Helena. "As pessoas [que consomem cosméticos] transitam pelas marcas e se identificam com uma delas. Queremos conquistar nosso espaço", disse a diretora. O público-alvo da Eudora, de acordo com ela, são as "mulheres do século XXI, por volta dos trinta anos". Outro dado do estudo d' O Boticário que vale ressaltar estima que 70% dos cosméticos são vendidos de porta a porta no Brasil.
"O varejo tradicional não trabalha tão bem com isso, pois não basta ao consumidor ir à gôndola e comprar o produto. É preciso um aconselhamento", analisou Helena. "A venda direta e as franquias trazem a sofisticação dos cosméticos, como acontece na Europa e nos Estados Unidos", afirmou. Apesar de focada no comércio de porta a porta, a Eudora optou por trabalhar em formato multicanal, a partir da abertura de lojas e por meio das redes sociais na Internet.
Momentos
A nova empresa d' O Boticário se relaciona com revendedores jovens (média de 26 anos) e divide o portfólio em quatro categorias, ou melhor, "momentos da mulher". Todos os produtos se referem a características ou temperamentos femininos. Um desses "momentos" é destinado à prospecção de mulheres, ou seja, ao público que não está habituado a comprar cosméticos.
Segundo Helena, nesses quatro meses iniciais da companhia, o produto que está sendo mais vendido é justamente o perfume Eudora - nome que remete a uma ninfa, espírito feminino e sensual da mitologia grega. Além disso, uma linha de maquiagens que se assemelham a drinks famosos também se destaca em vendas. A diretora de Marketing afirma que os cosméticos da empresa são feitos para todas as classes econômicas. "O que é uma compra normal para a classe A, pode ser um objeto aspiracional da C", observou Helena. A mercadoria mais cara do portfólio custa R$ 120.
Origem
Helena contou que o projeto da Eudora surgiu há três anos, nos bastidores da companhia que a criou. "A empresa nasceu quando O Boticário decidiu firmar seu posicionamento no mercado com as vendas diretas", disse ela. Ao passo que a Eudora busca o "aflorar da sensualidade feminina", a mulher que O Boticário atende "tem um trabalho a ser desenvolvido com a autoestima e a autoconfiança". A Eudora, segundo a diretora, quer levar às clientes o autorreconhecimento.
O mercado
Há 11 anos, o varejo de porta a porta vem crescendo a um ritmo expressivo, de acordo com dados Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (Abevd). O volume de negócios das vendas diretas somou R$ 26 bilhões no ano passado, um índice 17,2% superior ao obtido em 2009. Já no primeiro trimestre de 2011, o volume nominal das vendas foi de R$ 5,8 bilhões, resultado 8,9% maior do que o registrado em igual período de 2010.
Responsável por gerar rendimentos a mais de 2,67 milhões de pessoas em todas as regiões do País, o setor deve continuar crescendo, na projeção da associação. Tal mercado é composto por empresas de segmentos diversos, das quais 88% são da categoria de cuidados pessoais, 6%, de suplementos nutricionais, 5%, de cuidados do lar, e 1%, "outros".
A Abevd caracteriza o varejo de porta a porta de "venda por relacionamento". Ou seja, as vendas diretas acontecem em círculos sociais, fora de estabelecimentos comerciais fixos. Hoje, a entidade é formada por 47 associados, dos quais 27 são empresas de venda direta, treze associados são consultores, e sete associados, fornecedores. O Boticário ainda não faz parte da associação, ao contrário das concorrentes Natura e Avon. Mas deve entrar em breve.
Veículo: DCI