Com bacalhau mais caro, peixe nacional se torna opção para Páscoa

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Além da típica alta de preços nos dias anteriores ao feriado da Páscoa, o consumidor deve se precaver com a flutuação dos preços até em itens não tão procurados e tradicionais, segundo especialistas do setor. A questão climática e a taxa cambial estão entre os principais fatores que podem causar preços ainda mais salgados.

 

A inflação característica nos produtos mais procurados do período, que vinha em queda nos dois últimos anos (0,36% em 2017 e 2,61% em 2018), apresentou crescimento de 17,15%, de 2018 para de 2019, aponta estudo da FGV.

 

O tradicional bacalhau de Páscoa está entre os itens que mais subiu. O preço aumento 19,35% este ano em relação ao ano passado. Igor Lino, pesquisador da FGV, explicou que produto chega ao mercado brasileiro principalmente por importação, o que aumenta os preços devido ao câmbio.

 

Como opção, o consumidor poderá recorrer a peixes que são produzidos nacionalmente, como o cação, sardinha e pescada. Ainda assim, o pesquisador da FGV argumentou que a semana da Páscoa é imprevísivel e promete mais aumentos para estas categorias mais baratas.

 

Meg Felippe, fundadora do Comitê Diretivo do Instituto Pró-pescado da Sapesp (Sindicato da Indústria da Pesca no Estado de São Paulo), alertou para outra influência climática na semana do feriado: com o tempo instável, os itens frescos podem ter um aumento acima do esperado, caso a previsão do clima se mantenha com chuvas no litoral.

 

"Em geral, os preços do pescado podem variar de 10% a 15% . Só conseguimos ter esta perspectiva real na semana da Páscoa", disse Meg. Contudo, ela afirma que, mesmo com o cenário incerto da economia, a grande maioria da população vai procurar pelos produtos típicos da época.

 

Danilo Tiodi, comerciante que trabalha na peixaria Hedama Pescados, sugere os peixes que estão mais em conta para os clientes antes do feriado. "Corvina, tilápia e porquinho entram muito no mercado, geralmente com preços que estão sempre lá em baixo." Além disso, estas opções podem ser cozinhadas de diversas formas, opinou o comerciante.

 

Já o robalo, a tainha e o bacalhau estão com os maiores custos. Na peixaria de Tiodi, o bacalhau chega a custar R$ 140 o quilo. Segundo ele, a procura vem aumentando a cada ano, o que dificulta oferecer preços mais baixos para os clientes.

 

O bacalhau é um dos produtos típicos que mais dependem de importações, e consequentemente, da variação cambial. Segundo Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (Associação Brasileira da Indústria de Pescados), ainda houve um aumento na demanda de consumidores pelo produto neste ano.

 

Porém, a associação prevê um aumento nas vendas globais das indústrias de 7% em 2019. "Nossos associados (indústrias nacionais) estão trabalhando para manter os preços em patamares atrativos, com o objetivo de auxiliar o brasileiro a consumir a proteína mais saudável e diversificada", afirmou Eduardo Lobo.

 

Fonte: R7

 

 


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