Alimentação fora do lar cresce pouco e reflete baixo rendimento do brasileiro

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Ainda que a economia brasileira dê os primeiros sinais de retomada, o fluxo de pessoas realizando refeições fora do lar continua reticente. Segundo pesquisa do Instituto FoodService Brasil (IFB) o faturamento das associadas teve queda real de 3,15% no acumulado do ano passado.

 

Segundo o indicador, a queda real (já descontada a inflação) refere-se as operações abertas há mais de um ano, conceito chamado de “mesmas lojas”. Quando avaliado o resultado do faturamento incluindo as operações abertas há menos de 12 meses, o crescimento nominal foi de 3,7%, número quase que equivalente à inflação em 12 meses até dezembro, que ficou em 3,75% segundo o IPCA.

 

O resultado de 2018 foi inferior ao de 2017 ainda que, em teoria, o País não estivesse mais oficialmente em recessão. “Mesmo com a melhora do emprego em 2018, o rendimento do brasileiro continua muito baixo, e as refeições fora do lar estão sempre no topo da lista para contenção de custos”, comentou ao DCI o professor de economia e especialista em comércio varejista, Diego Santanna Malta.

 

A prova dessa menor disposição do brasileiro com gastos com alimentação fora do lar também pode ser notada no número de transações realizadas entre as 45 associadas ao IFB: segundo o balanço houve recuo de 2,2% no número de negócios feitos ano passado, quando avaliamos apenas as operações que já estavam abertas em dezembro de 2017.

 

Quando incluímos no cálculo as lojas abertas ao longo de 2018, há uma alta de 1,8%.

 

“O hábito de realizar refeições fora do lar não foi perdido, ele apenas se adaptou ao orçamento”, comenta Malta. Para o especialista, as condições de emprego mais frágeis, principalmente pelo trabalho informal, é um dos principais indicadores de que o resultado deste ano não será diferente.

 

“Em 2019 a tendência é um pouco melhor porque não há, como em 2018, a pressão das eleições gerais. No entanto, o avanço do emprego informal, que não oferece benefícios como vale refeição, continuará pressionando demais as empresas deste setor”, conta.

 

Alternativas

 

Entre as associadas ao IFB estão grandes empresas do varejo, como McDonald's, Coca-Cola e Bob’s. Para a especialista em marketing para vendas, Roseane Costa, enquanto o rendimento do brasileiro não cresce de modo substancial, a estratégia para estimular negócio são as ações promocionais. “As grandes do fast-food, como McDonald's e Burger King oferecem aos clientes opções com dois lanches por menos de R$ 20. Essa estratégia garante movimento na loja, ainda que o tíquete médio seja menor”, conta ela.

 

Segundo o indicador, o tíquete médio por transação foi de R$ 25,6, alta que também foi inferior à inflação do período. Juntas, as 45 empresas associadas à entidade faturam mais de R$ 60 bilhões ao ano e são um termômetro bastante assertivo do quadro geral e tendências do setor.

 

Fonte: DCI


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